Cinto de Segurança

Protege a vida e diminui as conseqüências dos acidentes de trânsito sob o corpo humano, impede também que soframos impactos com partes internas do veículo e também não somos arremessados para fora dele.

 

Tipos de cintos de segurança

O Cinto de Três Pontos: Oferece maior proteção porque a força do impacto é distribuida e absorvida por ele em toda área de contato com o corpo, trabalhando com a estrutura esquelética humana adulta. Para usá-lo corretamente devemos sentar com a coluna ereta fazendo um ângulo de noventa graus com as pernas, daí o cinto diagonal passa pelo meio do ombro e se estende pela coluna vertebral até o engate nos quadris e o cinto sub-abdominal ou pélvico deve ser colocado na articulação dos quadris e não na barriga.

O Cinto Diagonal: Preso atrás do ombro e ao lado do quadril, impede que a pessoa seja lançada para a frente, mas o corpo pode passar por baixo do cinto, causando lesões no pescoço e até mesmo estrangulamento, isto é chamado efeito submarino.

Cinto de Dois Pontos, Sub-Abdominal ou Pélvico: colocado na articulação dos quadris, não impede que o corpo se dobre e seja arremessado para a frente, causando lesões no tórax, pescoço e cabeça.

Seja qual for o modelo, não pode ser usado torcido, embaixo do ombro, desgastado pelo sol, as fibras das cintas se desprendendo, amarrado, costurado, sistema de engate-desengate e estiramento defeituoso, modificado ou não instalado por profissionais com conhecimento específico, banco reclinado, postura torácica inadequada, isto anula o sistema de segurança. Nestes casos se acontecer acidentes, não foi o cinto o causador das lesões e mortes, já que assim ele não era mais dispositivo de segurança.

As crianças até os dez anos de idade, observar abaixo também a altura adequada, devem ser transportadas no banco traseiro do veículo, devidamente sentadas em cadeiras especiais. Para as pequenas, existem dispositivos específicos, que são as cadeiras ou assentos de segurança.

Para saber a partir de quando a criança pode utilizar o cinto de três pontos do assento de trás, certifique-se de que ela esteja sentada corretamente no banco, fazendo um ângulo de noventa graus com o tronco e as pernas, a cinta pélvica deve ajustar-se de um lado a outro da articulação do quadril, não na barriga. A cinta diagonal deve cruzar o centro do ombro, não no pescoço, garganta, cabeça ou rosto, passando ao longo do tórax pelo centro. Este ajuste anatômico assegura a eficiência do dispositivo.

A utilização do cinto pélvico e diagonal não são seguros para as crianças e gestantes.

Observar e orientar com carinho para que as pessoas obesas o utilizem corretamente, elas conseguem sentar-se como orientado acima, daí as cintas passam adequadamente pelo corpo. Este cuidado é muito importante porque lesões no tecido adiposo (gordura), geram grandes e incontroláveis hemorragias com alto índice de ôbitos.

 

Cinto de segurança, velocidade e desaceleração dos órgãos

O uso do cinto de segurança não impede que o acidente ocorra, ele apenas ameniza as conseqüências dele nos condutores e passageiros. Portanto, não conduza em alta velocidade, mantenha distância do veículo da frente, somente mude de faixa e ultrapasse se a sinalização permitir e faça isto após certificar-se que é realmente seguro, sem esquecer de sinalizar antecipadamente estas intenções, se adapte as condições adversas. Também, mesmo que a sinalização te der a preferência em cruzamentos, antecipadamente sinalize com a luz de freio para avisar o condutor de trás e reduza levemente a velocidade e certifique-se da segurança para seguir em frente ou realizar conversões para a direita ou esquerda. O motivo deste alerta é a desaceleração dos órgãos humanos, que veremos em detalhes a seguir.

Inércia: propriedade física da matéria que determina: se um corpo está no movimento estático (parado, repouso), permanece neste estado de movimento. Se está em movimento dinâmico (movimento), permanece neste estado no sentido reto, se não for submetido a nenhuma ação. Ou seja, esta lei da física determina que os corpos permaneçam no estado de movimento que estão, a não ser que uma força exerça uma ação modificando (princípio formulado por Galileu, posteriormente confirmado por Newton, chamado: 1ª lei de Newton ou Princípio da Inércia. “Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em linha reta, a menos que seja obrigado a mudar seu estado por forças impressas a ele.”).

Podemos observar isto quando estamos em pé dentro de um ônibus, assim que o motorista coloca o veículo em movimento, os passageiros tendem a deslocar-se para trás, o corpo quer permanecer no estado de movimento estático. Quando o motorista pára ou freia, os passageiros deslocam-se para frente.

Quando o condutor faz uma curva ele e os passageiros têm a impressão de estarem sendo jogados para fora da curva. Na realidade os corpos estão tentando manter-se em sua trajetória em linha reta, e o veículo tentando-os virar, mas quem está sob a ação da inércia é o veículo.

Desaceleração dos órgãos humanos: também chamadas lesões ocultas ou potenciais, isto acontece nos acidentes de trânsito quando o veículo está em alta velocidade e colide, nosso corpo é parado abruptamente e os órgãos continuam em inércia, rompendo suas estruturas de fixação e eles mesmos. Por exemplo: num impacto o cérebro, olhos, coração, pulmões, fígado, baço, rins, bexiga, etc., continuam o deslocamento para o sentido que o corpo foi projetado, até colidirem com as partes internas das cavidades em que se situam, gerando destruição de seus tecidos.

Outra maneira de esclarecer este aspecto é a Cinemática do Trauma, ou seja, uma colisão na realidade representa três colisões. A primeira do veículo com o objeto. A segunda é a pessoa com o interior do veículo. A terceira é a colisão dos órgãos com as paredes internas do nosso corpo. Em nossos olhos ocorre o deslocamento da retina.

Com isto concluímos que os dispositivos de segurança que usamos quando estamos dentro do veículo e o capacete, são potenciais aliados para depois de um acidente continuarmos vivos e com o menor número de lesões possíveis. Mas isto não vai acontecer se o impacto ocorrer em altas velocidades e desobediência das regras de circulação.

 

Fonte:
DELIBERADOR, Ana Maria Ribeiro. Humanização no trânsito. Curitiba: DETRAN-PR, 1990.
JORNAL ASSOCIAÇÃO MÉDICA. A mulher e o cinto de segurança. autora Ana Maria K. S. Szymanski. Cascavel – Paraná, ano V, n.º 39, abril 1995, p 11.
Lei 9.503, de 23/09/1997 – CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO.
MANUAL DO MOTORISTA, Editora Trânsito e Veículos Ltda, Belo Horizonte - MG. 1998.
MANUAL PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIAS. Programa: Sem Barreiras. Governo do Estado do Mato Grosso do Sul. DETRAN-MS, outubro de 1997.
Revista da ABRAMET – Associação Brasileira de Acidentes e Medicina de Tráfego. Air bag, características, vantagens e cuidados. Dra. Ana Maria Ker Saraiva Szymanski, n.º 17/18/19, maio-dezembro de 1996, p 15-18.
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Revista QUATRO RODAS, ano 37, n.º 449, editora Abril, São Paulo, dezembro de 1997. p 69-77.
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http//:www.criancasegura.org.br
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