História

 
História do Trânsito Brasileiro

Século XVI - Caminho do Peabiru. Partindo do planalto catarinense, atingia o Rio Paraná, na altura da extinta Sete Quedas.

Século XVII - Caminho Velho. Do Rio de Janeiro a Parati, daí a Taubaté, Pindamonhangaba, Guaratinguetá, às roças de Garcia Rodrigues, afinal ao Rio das Velhas. Exigia trinta dias de viagem.

Século XVIII - Caminho Novo. Do Rio de Janeiro a Irajá, ao engenho do alcaide-mor Tomé Correia, ao Porto do Nóbrega (no rio Iguaçu) até o sítio de Manuel do Couto (em Minas Gerais).

1731 - Caminho de Viamão (Caminho das Tropas). Inicialmente chamado Caminho da Mata, a ligação entre a cidade de Viamão (Rio Grande do Sul), passando pela região dos Campos Gerais (Paraná), até atingir a cidade de Sorocaba (São Paulo).

1854 - Primeira locomotiva a vapor do Brasil, Estrada de Ferro Mauá, ligando Rio de Janeiro a Raiz da Serra, perto de Petrópolis.

1856 - 12 de março, Decreto n.º 1.733 autoriza a primeira concessão de transportes urbanos que se locomovem por meio de animais sobre trilhos de ferro no Rio de Janeiro.

1858 - 9 de fevereiro, segunda estrada de ferro do Brasil, em Pernambuco, Estrada de Ferro D. Pedro II, ligando Pernambuco ao São Francisco, atual Central do Brasil.

- O interesse pela exploração de minerais oleíferos teve início, para explorar carvão mineral e xisto betuminoso para fabricar gás de iluminação, às margens do Rio Maraú, na Bahia. Este é o primeiro registro da busca do que futuramente seria chamado de petróleo no Brasil.

1864 - Primeira referência do petróleo no Brasil, com a extração de turfa de petróleo e outros minerais em Ilhéus e Camamu, na Bahia.

1867 - Estrada de Ferro Santos-Jundiaí

1868 - 9 de outubro, inaugurada no Rio de Janeiro a primeira linha de bonde no Brasil, eram puxados por tração animal.

1870 - Estradas de Ferro Recife-Olinda e Beberibe.

1871 - Estrada de Ferro União Valenciana, na província do Rio de Janeiro.

1872 - Estrada de Ferro Leopoldina, ligando Minas Gerais ao Rio de Janeiro.

1873 - Estradas de Ferro Macaé-Campos, Campos-São Sebastião e Itauna.

1875 - Estradas de Ferro Baturité, no Ceará; Central da Bahia e de Nazaré; Sorocaba e Mojiana

1880 - Estrada de Ferro Oeste de Minas.

1883 - Estrada de Ferro Conde d’Eu, na Paraíba.

1884 - Estrada de Ferro D. Teresa Cristina, em Santa Catarina.

1885 - Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba.

1888 - Patente primeiros pneus para bicicletas, posteriormente desenvolvido para veículos- John Dunlop.

1891 - Henrique Santos Dumont (irmão de Alberto) trouxe de Paris o 1º carro a circular no país, em São Paulo. Peugeot com motor Daimler de patente alemã.

1894 - 12 de maio, inaugurado o primeiro bonde elétrico, na cidade do Rio de Janeiro.

1897 - No Rio de Janeiro o abolicionista José do Patrocínio, saia pelas ruas dirigindo um veículo a vapor, importado da França.

1898 - As bicicletas eram importadas

1900 - Em Petrópolis, Rio de Janeiro, Fernando Guerra Duval, dirige o primeiro carro de motor a explosão, um Decauville de 6 cavalos, movido a benzina.

1903 - Em São Paulo, Francisco Matarazzo, licenciava o primeiro automóvel no Brasil.

- Francisco Fido Fontana traz o primeiro automóvel para Curitiba.

1904 - Primeiros veículos da Ford a serem importados.

1910 - Decreto n.º 8.324 aprova o regulamento para o serviço subvencionado de transportes de passageiros ou mercadorias por meio de automóveis industriais, ligando dois ou mais Estados da União ou dentro de um só estado

1917 - I Congresso nacional de Estradas de Rodagem

1919 - Em 24 de Abril, a Ford Motor Company em Detroit (EUA) decide criar subsidiária no Brasil.

-1º de Maio, início das atividades da Ford no Brasil.

- Primeira sondagem oficial do petróleo, em Marechal Mallet, no Paraná, foi abandonado no ano seguinte.
1921 - Inauguração da linha de montagem (FORD) em SP.

- 26 de dezembro, Lei n.º 1.835-C cria, na Diretoria de Obras Públicas, uma inspetoria de Estrada e Rodagem, estabelecendo normas para o estudo, construção e conservação, segurança e policiamento das estradas de rodagem ("Lei Magnifica").

1925 - Montagem Linha GM.

1926 - Montagem linha INTERNACIONAL HARVESTER de caminhões.

- Instalação da Cia Geral de Motores AS, depois denominada General Motors of Brazil SA.

1927 - Henry Ford plantou imensos seringais no Pará, para abastecer de borracha suas fábricas, construiu Fordlândia, no Médio Tapajós, em 1934, uma praga arrasou dois milhões de seringueiras. O Sr. Ford insistiu e começou tudo de novo, a 80 quilômetros, construindo Belterra e tudo se repetiu. Fordlândia hoje é uma cidade fantasma e Belterra, com um pequeno número de habitantes, mantém os ares de uma pacata cidade do velho oeste.

1928 - 24 de julho, Decreto n.º 18.323 cria a "Polícia de Estradas" e define as regras de trânsito rodoviário da época.

1929 - 17 de dezembro, Decreto n.º 19.038 promulga a convenção internacional relativa à circulação de automóveis, firmada em Paris a 24 de abril de 1926.

1930 - "GOVERNAR É ABRIR ESTRADAS". Presidente Washington Luiz Pereira de Souza.

- A partir de 1930, as placas de trânsito começaram e ser implantadas no Brasil.

1931 - Escândalo do ferro e do petróleo. "Explorar petróleo para dar ao povo brasileiro um padrão de vida a altura de suas necessidades". Monteiro Lobato.

1934 - Início das importações de caminhões e automóveis Volvo, para o mercado brasileiro.

1938 - Decreto-lei n.º 395, de 29 de abril, Getúlio Vargas criou o Conselho Nacional de Petróleo – CNP.

- 15 de dezembro, o interventos federal do Estado Sr. Manoel Ribas, criou o Departamento do Serviço de Trânsito (DST) - atual DETRAN/PR, ligado a Polícia Civil.

1939 - 22 de janeiro, descoberta do petróleo, cidade Lobato - BA. Desde 1931, por interesses privados e sem apoio do governo, inicia-se a procura de petróleo nesta região, quando encontrado o governo contrata geólogos estrangeiros para um parecer, o qual foi de que o petróleo encontrado em Lobato fora ali colocado artificialmente, quando finalmente comprovado a existência real esta área passou a ser considerada prioritário pelo próprio governo .

- Início da construção da rodovia que liga Rio-Bahia, (BR-393/BR-116), foi a primeira estrada brasileira de longo percurso e a primeira via efetiva de integração nacional.

1940 - 250 mil veículos, frota circulante entre importados e montados no Brasil (atualmente a frota é de 30.939.466 veículos).

1941 - 28 de janeiro, Decreto-lei n.º 2.994 institui o primeiro Código Nacional de Trânsito.

- 25 de setembro, Decreto-lei n.º 3.651 dá nova redação ao Código Nacional de Trânsito. Ficam criados o Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, com sede no Distrito Federal e subordinado diretamente ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores, e os Conselhos Regionais de Trânsito – CRT, nas capitais dos Estados, subordinados aos respectivos governos.
1945 - Após a Segunda guerra mundial, as motocicletas tornaram-se veículos populares, no entanto, caíram em desuso devido a dificuldade de importação.

- 27 de dezembro, Decreto n.º 8.463 cria o Departamento Nacional de Estradas e Rodagem – DNER, e os Distritos Rodoviários Federais. Surge, a partir daí, a denominação Polícia Rodoviária Federal, uma vez que o artigo 2º concede ao DNER o direito de exercer o poder de polícia de tráfego.

1949 - Começou a produção de bicicletas no país, pela Caloi.

- Primeiro modelo de caminhão produzido pela Fábrica Nacional de Motores – FNM.
Década 50 - SURTO RODOVIÁRIO, larga escala na montagem de automóveis e caminhões.

- "O PETRÓLEO É NOSSO".

1950 - A Volkswagem começa a montar o VW Sedan, o popular "Fusca", com componentes importados da Alemanha.

1952 - 28 de Fevereiro, criado, em Curitiba, o Batalhão de Polícia de Trânsito, com o nome de Serviço de Guarda Sinaleira de Trânsito da Polícia Militar.

1953 - Proibição da importação de veículos, reaberta no Governo Collor.

- 3 de outubro, é criada a Petrobrás.

1954 - 10 de maio, início das atividades da Petrobrás, com a produção de 2.700 barris de petróleo/dia.(Hoje 1.300.000 barris de petróle/dia).

1956 - Inauguração da Mercedes-Benz do Brasil AS, em São Bernardo do Campo, SP, com a produção do L-312, o primeiro caminhão brasileiro.

- 16 de junho, o presidente Juscelino Kubitschek, criou o Grupo Executivo da Indústria Automobilística – GEIA, este órgão estabeleceu as normas para a fabricação de automotores integralmente brasileiros.

- É criado a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – ANFAVEA.

1957 - A Rede Ferroviária Federal S.A. – RFFSA, é criada pelo governo federal, controla atualmente cerca de 22.067 quilômetros de vias férreas, transportando mercadorias diversificadas.

- 2 de setembro, inauguração da Fábrica Volkswagen em São Bernardo do Campo, com a produção da Kombi.

- A Scania-Vabis Motores Diesel é instalada.

1959 - Inaugurada a Fernão Dias (BR-381), ligando São Paulo a Belo Horizonte, estimava um volume de tráfego de 1.500 veículos por dia, atualmente, na região de Mairiporã, em São Paulo, transitam 21.000 veículos ao dia.

- 3 de janeiro, o primeiro Sedã 1200 , o "Fusca", totalmente fabricado no Brasil.

- Fundação da Karmann–Ghia no Brasil.

Década 60 - Produção de Veículos 100% Nacional.

1960 - No final de 1960, com a investida das fábricas japonesas no mercado internacional, as motocicletas voltaram a ter destaque no mercado brasileiro.

1961 - Construída a Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), trecho que liga São Paulo a Curitiba, foi projetada para receber 8.000 automóveis por dia. Hoje, comporta mais de 32.000 veículos, dos quais 25.000 são caminhões.

1962 - Aberta a Rodovia Belém-Brasília, possui 1.909 quilômetros, atravessa quatro estados: Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará e o Distrito Federal, englobando quatro rodovias federais: BR-153, BR-226, BR-010 e BR-316.

- Inauguração da Fábrica da Toyota, em São Bernardo do Campo, SP.

1966 - 21 de setembro, Decreto-lei 5.108 institui o segundo Código Nacional de Trânsito.

1967 - 23 de fevereiro, Decreto-lei n.º 237 modifica o Código Nacional de Trânsito e cria o Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN, integrante do Ministério da Justiça e Negócios Interiores.

1968 - 16 de janeiro, Decreto-lei 62.127 regulamenta o Código Nacional de Trânsito.

1970 - A Rodovia Transamazônica (BR-230), com 5.600 quilômetros, ligando João Pessoa, no litoral Atlântico, à fronteira com o Peru, atravessando a floresta tropical, foi uma das obras faraônicas dos governos militares. Durante os anos 70, ônibus e caminhões percorreram esse caminho, atualmente está abandonada tornando-se intransitável em muitos trechos, na época de chuvas.

1975 - 11 de novembro, Decreto n.º 76.593, com o objetivo de criar uma fonte alternativa de energia, o governo federal cria o Programa Nacional do Álcool – PROÁLCOOL. Em 1990, com a retirada dos subsídios federais à produção do álcool, o programa recuou e as indústrias reduziram a fabricação de veículos a álcool.
1976 - Inauguração da FIAT, em Betim, Minas Gerais.

1977 - Criação da Volvo do Brasil Motores e Veículos, em Curitiba, Pr.

1979 - Início da produção de carros Fiat a álcool, o Fiat 147.

- Crise mundial do petróleo, provoca uma crise econômica internacional.

1981 - 10 de dezembro, Decreto n.º 86.714 promulga a Convenção de Viena sobre o Trânsito Viário.

1986 - Criado pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente o Programa de Controle de Poluição por Veículos Automotores – PRONCOVE.

1989 - A Petrobrás aboliu o chumbo tetraetila como aditivo da gasolina, isso promoveu menos poluição atmosférica, tornando o Brasil, pioneiro na utilização de álcool na gasolina.

1997 - 23 de setembro, Lei n.º 9.503 institui o atual Código de Trânsito Brasileiro.

1999 - O Brasil possui 436 rodovias transitáveis, sendo 150 rodovias federais.

- Rodovias pavimentadas: 164.244 km (9.52%),

- Rodovias não pavimentadas: 1.560.678 km (90.40%).

Fonte:
* Indústria Automobilística Brasileira. Uma História de Desafios. ANFAVEA.
* A Distribuição de Veículos no Brasil. Relatório de Pesquisa Histórica. FENABRAVE, São Paulo, maio de 1998.
* 500 anos de trânsito no Brasil: convite a uma viagem. Juciara Rodrigues.
* Anuário estatístico 1999, DNER.
* Pequena História do Pedróleo e Breve História do Petróleo no Brasil, Petrobrás.

 
História da Bicicleta

Você já andou de bicicleta? Certamente sim. Quase todo mundo já deu, pelo menos, uma "voltinha" num desses veículos. Hoje existem mais de um bilhão de bicicletas no mundo, e metade está na China.  Há muitas razões para essa popularidade da bicicleta. É de preço relativamente baixo, não consome combustível, ocupa espaço reduzido e quase não pede manutenção. Numa rua congestionada pode seguir seu caminho através do tráfego, margeando a longa fila de carros; fora da cidade, pode passar por sendas estreitas e, quando o caminho está intransitável, o condutor pode carregá-la sem maior sacrifício - pois é muito leve: pesa cerca de 11 quilos. 

Uma pessoa, de bicicleta, pode locomover-se normalmente à velocidade de 16 a 20 quilômetros por hora, o que nunca conseguiria andando a pé.

É veículo que serve para prática esportiva, para divertimento e para transporte rural e urbano. Neste ultimo caso, no entanto, depende, em grande medida, da topografia das cidades. Além disso, o ciclismo exige grande disciplina de tráfego: quando este é desorganizado, o perigo de acidentes é muito grande.

Na Europa, a bicicleta é, ainda hoje, o veículo mais difundido. Na Inglaterra, na França, na Alemanha, na Holanda, na Itália, na Bélgica e na Escandinávia ela é um importante meio de transporte.

No sul do Brasil, principalmente em Santa Catarina, é muito utilizada pela população. Mas o centro urbano brasileiro onde existe em maior número, em relação à quantidade de habitantes, é a cidade de volta Redonda, no estado do Rio de janeiro – onde está localizada a usina da companhia Siderúrgica Nacional.

Do Século XVI até Hoje

A mais antiga notícia que se tem de um veículo semelhante à bicicleta data de 1580. Na janela de uma igreja de Buckinghamshire, Inglaterra, Construída naquele ano, há o desenho de uma pessoa sentada num instrumento de rodas e que usava os pés para impulsioná-lo.

Não se sabe, porém, se trata de mera imaginação do artista ou da reprodução de um veículo de fato existente na época.

No fim do século XVII um certo Stephan Farfler imaginou um sistema de engrenagens movido por uma manivela que, segundo ele, poderia andar um triciclo. Pelo projeto, o conduto acionaria a engrenagem com as mãos e o veículo se movimentaria. Mas a idéia não chegou ser posta em prática; ficou no papel, como aquela outra de um monociclo, de autor desconhecido, projeto complicado do qual restam apenas desenhos.

As primeiras experiências vieram em 1970 e são devidas a Magurier e Blanchard, com uma velocípede. O fato é descrito num jornal parisiense da época.

Em 1790, outro francês, de Sivrac, ao que parece apenas para diverti-se, construiu um veículo que denominou celerífero; era uma espécie de cavalo de madeira com duas rodas – uma entre as "patas" dianteiras e outra entre as de trás; o veículo movia-se com os pés do ciclista apoiados no solo, mediante um forte impulso para diante.

Baseado no mesmo princípio, Jean N. Niepce construiu, em 1816, o celeripede (Niepce foi um dos pioneiros da fotografia e, com seu invento, não pretendia outra coisa senão melhorar a arte fotográfica, fixando pela primeira vez, com sua câmara, um veículo em velocidade.)

De todas essas tentativas, resulta, em 1818, a Laufmaschine, do Barão Karl Von Drais, de Sauerbrun, no então grão-ducado de Baden. A nova versão do biciclo acrescentava apenas o guidão – melhoramento simples, mas fundamental, dando direção ao veículo; e o selim – que o tornava bem mais confortável. Com sua montaria (denominada "draisiana") o barão fez em quatro horas o trajeto Kalruhe-Strassburg, isto é, em quatro vezes menos tempo que se o fizesse a pé. Demonstrada a eficiência do novo meio de locomoção, passou a ser fabricado nos Estados Unidos e na Inglaterra.

Mas a grande revolução ainda estava por vir. Ela se verificou entre 1852 e 1853, quando Philip Fisher, alemão de Oberndorf, ajustou pedais às rodas dianteiras, por meio de uma manivela. Com seu inventado, Fisher pensava Ter apenas facilitado suas viagens diárias até a escola técnica de Schweinfurt, onde era professor. Na verdade, porém, fazia muito mais: abria caminho para a velocípede, que viria a ser um dos inventos mais populares dos fins do século XIX.

De fato, em 1861, os franceses Pierre e Ernest Michaux retomaram o princípio, aplicando pedais ao cubo da roda dianteira. Pressionando os pedais com os pés, transmitia-se movimento a uma ampla roda que fazia o veículo avançar com grande rapidez. Assim, aproveitava-se inteligentemente a energia do homem para movimentar o veículo.

Obtendo a idéia grande aceitação, os Michaux implataram a primeira fábrica de bicicletas que existiu no mundo. Um operário dessa fábrica, chamado Lallemant, um dia resolveu viajar para a América; chegando aos Estados Unidos registrou o invento em seu nome e instalou nova fábrica. Com isso, o velocípede se tornou universal.

A Bicicleta como Esporte

Neste século, a rápida difusão do automóvel diminuiu, em parte, o interesse pela bicicleta como meio de transporte, embora, ainda hoje, ela seja popular em muitas regiões do mundo.

Há um campo, contudo, no qual o interesse por esse veículo não tem decrescido: o esportivo. A bicicleta esportiva é de desenho e material especiais. É mais leve e permite velocidade maiores.

As corridas de bicicletas começaram na Inglaterra, nos fins do século XIX, e na França, onde por volta de 1880 foi fundada a União Ciclística Internacional. Daí em diante, o ciclismo se tornou tão popular que foi um dos dez esportes incluídos nos I jogos Olímpicos da Era Moderna, realizados em Atenas, em 1896.

As mais famosas provas ciclísticas são a Volta da França, a Volta da Itália e a Volta da Espanha. Essas competições se realizam em estradas e são vistas por grandes multidões, que se colocam à margem do percurso. A Volta da França (Tour de France) cobre cerca de 4450 km, numa duração média de 25 dias. Foi realizada pela primeira vez em 1903 e interrompida apenas durante as guerras mundiais.

Além das competições em estradas, realizam-se provas ciclísticas em pistas especialmente construídas para esse fim. Chamadas velódromos, caracterizam-se pela forma oval e acentuada inclinação das curvas.

Entre nós, o ciclismo não tem a mesma repercussão. Sua prática, no Brasil, data do início do século; mas somente em 1920 é o que começou a ser realmente organizado. A Federação Paulista de Ciclismo foi fundada em 1925. O primeiro campeonato brasileiro realizou-se em 1938, em Porto Alegre.

Perigo sobre Duas Rodas

Os ciclistas profissionais de provas de resistência em estradas se recusam a usar capacetes. Em 1991, na corrida entre Paris e Nice, a Federação internacional de ciclismo tentou tornar obrigatório o uso do capacete, e eles fizeram uma greve contra a medida. Argumentam que o equipamento diminui o rendimento e, como a maioria das provas é realizada no verão, esquenta muito a cabeça. A Federação internacional voltou atrás e passou simplesmente a recomendar o seu uso nas categorias profissionais. A obrigatoriedade restringe-se aos amadores. No Brasil, onde não há profissionais, a Confederação Brasileira de Ciclismo determina o uso do equipamento em todo tipo de prova.

Em terreno plano e linha reta, um ciclista profissional pode atingir 65 km/h. em descidas, essa marca dobra. Ao fazer uma curva em declive a 80 km/h, o italiano Fabio Casteralli, 24 anos, campeão olímpico da prova de resistência, perdeu a direção da bicicleta e bateu a cabeça contra um bloco de concreto que servia de guardrail. Foi na volta da França, entre as cidades de Saint-Girons e Caurets, em julho de 1995. Ele sofreu múltiplas fraturas no crânio e morreu na hora.

No dia 28 de setembro de 1991, o engenheiro Ronaldo Novaes Mattar – irmão de tenista Luiz Mattar – treinava na marginal Pinheiros, em São Paulo. Um caminhão atingiu sua bicicleta e o arremessou brutalmente contra guardrail. O motorista fugiu. Ronaldo chegou morto ao hospital, com a coluna cervical quebrada.

Bibliografia
Curitiba. Prefeitura Municipal. Secretária da Educação.
Educação: Sinal Verde para o Trânsito/ Prefeitura Municipal de Curitiba. Secretária da Educação; DETRAN/PR. Autora: Juciara Rodrigues, Curitiba: módulo, 1998
DUARTE, Marcelo. Guia dos Curiosos. São Paulo : Companhia das Letras, 1996